Rio de Janeiro teve 1,5 mil vítimas de importunação sexual
Quase 1,5 mil pessoas foram vítimas de importunação sexual no estado do Rio entre outubro de 2018 e dezembro de 2019. Os dados são do ISP, Instituto de Segurança Pública.
Segundo o levantamento, outubro e novembro do ano passado apresentaram os recordes de registros, seguidos de março, mês do Carnaval.
A folia de 2019 foi a primeira após a alteração da lei, que tornou crime a importunação sexual. O que antes era considerado apenas contravenção, agora prevê pena que varia de 1 a 5 anos de prisão.
A delegada Juliana Coutinho, da Coordenadoria Geral das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, explica que qualquer investida sem consentimento, como toques indesejados ou beijos roubados, é considerada importunação sexual.
“O que a gente quer nesse ano é reforçar que beijo forçado, passada de mão nas nádegas, toque nos seios sem qualquer tipo de autorização é importunação sexual. Se essa pessoa está querendo satisfazer seu desejo sexual ofendendo a liberdade sexual da vítima ao mesmo tempo, já entra no crime da importunação sexual”.
Ao todo, em 2019, foram feitas 178 prisões em flagrante por esse tipo de crime. A delegada afirma que os números demonstram que “a lei pegou”.
“A partir do momento em que você vê na mídia prisões em flagrante, vendo que a lei pegou, mais você acredita no sistema e procura as delegacias”.
Apesar da mudança, a delegada ressalta que a subnotificação é muito comum em crimes sexuais, realidade que precisa mudar.
Qualquer delegacia deve acolher uma mulher vítima de importunação sexual e registrar o boletim de ocorrência. A orientação é tentar reunir prova de materialidade, como testemunhas e, se possível, imagens e vídeos do ocorrido.