As empresas Urubupungá e Viação Osasco não aceitam negociar uma eventual redução da tarifa. O motivo está muito mais na inabilidade política do prefeito Rogério Lins do que no comprometimento do lucro das prestadoras.
De acordo com matéria publicada inicialmente no PlanetaOsasco.com, em janeiro deste ano, o valor da tarifa é incompatível com o percurso (diminuto) das linhas municipais. Ainda assim, o custo -de R$4,20- permanecerá exatamente nesse montante. Não há, por enquanto, qualquer movimentação real e factível do governo para o contrário.
Entenda a receita desse bolo;
Rogério Lins não conseguiu estabelecer uma postura suficiente diante da mesa de negociação -e dos bastidores- para convencer os empresários numa eventual redução de R$0,20, sugerida por ele mesmo. Nos últimos dias, inclusive, deixou de participar das reuniões.
Além do cenário de incapacidade, Lins está escorregando em outras propostas que não ganham força através dele: integração municipal, bilhete único e serviço 24h.
A relutância das empresas é resultado do enfraquecimento político do prefeito, causadas por prisão e processos, incapacidade ou inabilidade, além da queda no orçamento municipal que inviabiliza o subsídio, exigindo pulso forte de um mandatário.
Diferentemente de ex-prefeitos de Osasco, cujos papeis nas mesas de negociações eram a de atuação proativa, Lins adotou a ideia de ‘mediar’ as mesas. Como comandante da cidade, sua ação é completamente ineficaz e instiga ainda mais cobranças.
Para se ter comparação, Francisco Rossi (em 1992) discutiu a possível desvinculação tarifária dos sucatões como pressão para evitar aumentos além da inflação, a ideia funcionou; Celso Giglio (em 2001) sugeriu renovar a frota da CMTO -e embora não tenha renovado, mitigou a pressão das empresas; Emidio de Souza (em 2005) deu início à renovação da frota e alcançou passe-livre de estudantes e transporte com acessibilidade, criou os conselhos e abriu -e fez abrir- audiências públicas sobre transportes.
Todas essas iniciativas funcionaram no tempo certo.
Cada ação dos ex-prefeitos, demonstrava para os donos da Urubupungá e Viação Osasco que a concessão -embora garantida- não seria suficiente para que eles próprios estabelecessem o valor e eventualmente ‘batessem o pé ’. A decisão era técnica e política.
Já o atual prefeito, não conseguiu sacar nenhum coelho da cartola. Pelo contrário, abusou da ideia de que o Ministério Público poderia se manifestar favoravelmente pela redução, tirando do colo uma decisão que lhe traria ônus. E, naturalmente, isso não aconteceu como o previsto e as empresas ganharam todo o fôlego para bater o pé.
GM – Via Coletivo de Mídia Independente de Osasco