Editorial – Depois de 200 dias de governo, comemorado em grande estilo pela Prefeitura de Osasco, a cidade recebe seu presente: a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo pela redução da passagem de ônibus na cidade, de R$ 4,20 para R$3,80. Surpresa? Não para o Movimento Contrário ao Aumento e o PSOL.
Depois de duas audiências públicas na Câmara, os empresários do transporte das viações Osasco e Urubupunga, que não conseguiram responder muitas perguntas, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que as passagens em Osasco voltassem ao valor antigo.
A tarifa que aumentou em dezembro de 2016, durante a transição dos governos, não mudou. E apesar do novo prefeito ter tentado usar o tema como sua primeira grande bandeira política em defesa dos passageiros, a passagem continuou custando R$ 4,20.
Teve reunião na Sala Osasco com os jovens. Outras reuniões marcadas no Gabinete do Prefeito. Mas, como alertou o Planeta, na época, a plano vazou água. Nem o Prefeito comparecia nas reuniões. E, no fim, tudo ficou do mesmo jeito, sem nenhuma explicação. Assim, as duas empresas de ônibus da cidade dormiram felizes e tranquilas.
O Planeta Osasco acompanhou toda a luta da população de Osasco para barrar o aumento das passagens desde o começo. Acompanhou as reuniões, as manifestações de rua e a ação do PSOL. Como um site de informação cidadã, o Planeta mostrou em suas matérias que a luta contra o aumento não se resumiu a reuniões de gabinete, mas a um movimento popular, envolvendo passageiros e estudantes. Veja, leitor, algumas das principais manchetes do Planeta sobre o tema: 1. Rogério Lins é ‘incapaz’ de negociar redução da tarifa de ônibus. 2. Tarifa R$4,20: Dossiê Osasco – menor percurso, maior custo. 3. Governo de Osasco estaria censurando comentários nas redes sociais. 4. Lins recebe manifestantes para debater preço da passagem. 5. Movimento pede redução da tarifa de ônibus em Osasco.
Depois de tudo, a vida mostrou como era o novo governo, que não renovou práticas, não reduziu o valor da tarifa para R$ 3,80, como havia prometido em dezembro de 2016, e passou a oferecer cargos ao PT e ao PSDB, conforme matéria publicada no Planeta “Governo Lins não renova e oferece cargos ao PT e PSDB”.
Agora, no dia 21 de julho de 2017, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a redução da tarifa de ônibus para R$ 3,80. Uma das razões foi que o aumento não foi previamente submetido ao Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (COMURB)”, conforme determinava o Decreto, 11.018/14, de 2014. Nem a administração anterior, nem essa resolveu o problema do COMURB. Outra razão, alegada pelo Tribunal foi o percentual do aumento, acima da inflação, feriu princípios constitucionais e não levou em consideração o perfil dos usuários, normalmente pessoas humildes.
A prefeitura, comandada por um novo governo em 2017, não enfrentou o problema, foi medrosa e não pensou no povo. Resultado: agora prefeitura e empresas vão ter que cumprir uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, sob a pena de ter que pagar R$ 50 mil de multa por dia, caso não cumpram a determinação da Justiça. Pena, a população de Osasco merece um governo mais preocupado com o povo e menos com acordos partidários.
EDITORIAL CMIO – Coletivo Mídia Independente.