Dieese: desligamento por morte cresceu 87% no primeiro semestre
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, nos seis primeiros meses deste ano, o número de trabalhadores com carteira assinada desligados por morte subiu 87% em relação ao mesmo período do ano passado. A pesquisa levou em consideração os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
O Dieese focou o estudo no comércio. Neste setor da economia, a diferença foi ainda maior. No varejo, os desligamentos do trabalho por morte subiram 92% e, no comércio atacadista, quase dobraram, com alta de 99%.
Somente no Amapá, houve menos trabalhadores formais do comércio que morreram no primeiro semestre deste ano, em comparação com o período de janeiro a junho do ano passado. A redução foi de 17%.
Os demais estados e o Distrito Federal apresentaram alta. No Paraná, os desligamentos por morte aumentaram 175%; em Mato Grosso do Sul, a quantidade subiu 172%; em Rondônia, 154%; e, no Distrito Federal, subiu 151% a quantidade de trabalhadores do comércio que morreram.
O cargo que registrou a maior alta de mortes foi o de vendedor de comércio atacadista, com elevação de 204%; depois vêm assistente administrativo e auxiliar de escritório, os dois com alta de 122%; e motorista de caminhão, com crescimento de 121%.
De acordo com o Dieese, o alto número de desligamentos de trabalhadores por morte durante o primeiro semestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, é consequência da pandemia de covid-19.