Atingidos por rompimento da Vale em Brumadinho bloqueiam linha férrea em MG
Um grupo de atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho bloqueou, em protesto, uma linha férrea nesta terça-feira, no município de Mário Campos, em Minas Gerais.
Os manifestantes apresentaram uma pauta com 10 reivindicações. Entre elas, a prorrogação do auxílio emergencial por mais um ano e uma reunião com o alto escalão da mineradora Vale.
Estão previstas duas audiências com a Justiça paras os dias 21 e 28 de novembro, em Belo Horizonte, mas o comerciante Tomas Medson reclama que a empresa só envia advogados sem poder de decisão.
“Sempre vai advogado que não tem poder de determinar alguma coisa ou resolver naquele momento. O que nós necessitamos é isso, para que a gente possa ter o mínimo por mais um ano. Além disso, a questão das buscas, que continuem”.
Medson mora na colônia Santa Isabel, a 150 metros do rio Paraopeba. Ele destaca que uma das pautas pede soluções para o problema da água, que foi prejudicada com o derramamento de rejeitos da mineração na bacia hidrográfica da região.
“Eu cresci no rio nadando, pescava, e hoje o rio vive morto, com contaminação altíssima. Estamos lutando por uma questão geral, porque até a região metropolitana já vem [sendo divulgado] os laudos que vai faltar água. Então essa luta não é só para os atingidos que estão na bacia do Rio Paraopeba”.
O grupo ainda pede a contratação imediata de assessorias técnicas para avaliar os danos causados pelo rompimento e, com isso, possibilitar a reparação dos atingidos; e também a manutenção da busca pelas 16 vítimas que seguem desaparecidas.
Questionada de pretende atender a pauta apresentada, a Vale apenas afirmou que realiza encontros regulares com representantes legítimos dos atingidos, visando uma reparação rápida e respeitosa.