Paulistanos apontam igrejas e metrô como locais de melhor mobilidade
Um levantamento feito pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ibope, revelou que os paulistanos dão a igrejas (42%) e estações de metrô (39%) as melhores avaliações em termos de mobilidade, classificando esses locais como ótimos ou bons para o deslocamento de pessoas com deficiência. A pior avaliação vai para ruas e calçadas (10%), revela a pesquisa Viver em São Paulo: Pessoa com Deficiência, que trata da percepção da população paulistana sobre a qualidade de vida das pessoas com deficiência na cidade.
Garantir a acessibilidade das calçadas, semáforos, paradas, pontos e terminais de ônibus continua sendo apontada como a principal medida para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência em São Paulo, afirmam 26% dos pessoas entrevistadas. Segundo o levantamento, dois cada 10 entrevistados têm alguma convivência com pessoas com deficiência. Dessas, 7% vivem com alguém do domicílio e 9%, com alguém do convívio. Além disso, 6% têm alguma deficiência.
“O que mais chama a atenção é a mobilidade, a dificuldade que as pessoas têm. Para as pessoas com deficiência estarem presentes na sociedade, a mobilidade é uma questão central. Percebemos que, quando se pergunta o que a pessoa precisa para ter mais qualidade de vida e onde estão os maiores problemas, a resposta, via de regra, tem relação com a mobilidade”, diz o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abraão.
Para Abrãao, a cidade ainda não está preparada para as pessoas com deficiência e, na periferia, o problema atinge uma proporção ainda maior.
A pesquisa mostra também que o local em que as pessoas com deficiência têm maior contato com outras pessoas são os hospitais (28%). “Isso significa que, proporcionalmente, elas não conseguem ver essas pessoas espalhadas pela cidade. Então, cabe ao setor público gerar uma infraestrutura de tudo o que permita a circulação, para que as pessoas possam usufruir a liberdade de ir e vir”, destaca.
Depois dos hospitais, os locais mais citados como facilitadores de contatos pessoais são o shopping (15%); o local de residência (12%) e o de trabalho (8%); praças e parques (7%); igreja, templo religioso, culto (5%); escola, universidade (4%); ambiente familiar (3%); clubes e academias (1%); não sabe ou não respondeu (17%).
Quando questionados sobre os locais onde mais se sofre preconceito, o transporte aparece em primeiro lugar, com 34%, seguido dos espaços públicos, com 31%. Já hospitais ou postos de saúde são citados por 25% das pessoas entrevistadas; escola ou faculdade, por 18%; trabalho, por 14%; ambiente familiar, por 11%; e igreja, por 6%.
Sobre as soluções apontadas para amenizar ou resolver os problemas enfrentados por esses cidadãos, os entrevistados citam criar medidas que garantam que todas as crianças com deficiência estejam matriculadas em creches e escolas (12%); destinar ônibus e vagões de trens e metrô adaptados para fazer o transporte exclusivo de pessoas com deficiência (11%); aumentar o atendimento especializado para esse tipo de público na rede pública municipal de saúde (10%); ampliar o programa Atende+, especializado no transporte de pessoas com deficiência (9%).
Eles sugerem ainda aumentar o atendimento especializado para pessoas com deficiência na rede pública municipal de saúde (10%); ampliar o programa Atende+, especializado no transporte de pessoa com deficiência (9%) e criar escolas especiais que possam acolher crianças e adolescentes com todos os tipos de deficiência (8%). Para os entrevistados, é preciso também aumentar a inclusão de pessoas com deficiência nas atividades culturais desenvolvidas pela prefeitura (7%); e garantir o cumprimento da Lei de Cotas para assegurar a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho (6%).
Edição: Nádia Franco