Pnad: 2018 registrou queda de 1,5 milhão de sindicalizados, maior redução desde 2012
Os sindicatos do país perderam mais de 1,5 milhão associados no ano passado.
Foi a mais intensa queda observada desde 2012, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (18) pelo IBGE.
O estudo aponta que a queda ocorreu mesmo com o aumento da população ocupada no período. Em 2018, havia um 1,3 milhão de pessoas ocupadas a mais que no ano anterior.
Os dados fazem parte das informações adicionais da PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios sobre mercado de trabalho.
A queda registrada em 2018 fez com que todas as atividades da economia atingissem o menor patamar de sindicalização da série histórica.
Segundo o levantamento, o percentual de trabalhadores sindicalizados vem caindo desde 2012 e teve sua queda mais intensa em 2018, somando 11,5 milhões de filiados, o equivalente a 12,5% da população ocupada.
Nos seis anos analisados, os sindicatos perderam quase 2,9 milhões de associados.
A Analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, aponta que a redução do trabalho com carteira assinada e aumento de outra formas de trabalho estão entre os diferentes fatores que podem contribuir para essa queda,
A pesquisadora ressalta que até mesmo dentro da Administração Pública, que tradicionalmente tem as maiores taxas de sindicalização, houve queda na virada de 2017 para 2018.
As regiões Norte e Centro-Oeste têm os menores percentuais de população ocupada sindicalizada e representaram as maiores quedas no contingente de sindicalizados em 2018, com uma redução 20% frente ao ano anterior.
Já o Nordeste tem o maior percentual do país, com 14,1% de trabalhadores sindicalizados.
A pesquisa também mediu outros indicadores do mercado de trabalho. O estudo aponta que que 19,4% das pessoas que trabalham por conta própria têm CNPJ, Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
O indicador chegou ao maior percentual da série histórica entre 2012 e 2018, mesmo após uma pequena queda em 2017.
Já entre os empregadores, a cobertura do CNPJ vem caindo desde 2015, quando chegou a 82,5%, encerrando 2018 em 79,4%.
De acordo com o estudo, o crescimento do CNPJ entre os empregados por conta própria se dá com mais intensidade nos mesmos setores em que o número de empregadores mais cai: indústria, comércio e construção.