Eventos e aulas não serão suspensos em São Paulo por causa do Covid-19
A decisão foi anunciada pelo governador de São Paulo, João Dória, em coletiva de imprensa nesta quinta feira (12). Segundo o governador, interromper as atividades agora seria uma medida precipitada.
Já para as pessoas que são mais vulneráveis ao Covid-19, ou seja, quem tem mais de 60 anos e portadores de doença crônicas, como problemas renais, câncer, HIV ou diabetes, a recomendação é intensificar os cuidados e evitar aglomerações.
Segundo o coordenador do Centro de contingência, David Uip, aglomerações podem ser desde um evento público até o ônibus ou metrô.
Apesar da decisão de manter a normalidade, muitas instituições já mudaram a rotina. A Unicamp, em Campinas, vai suspender as atividades até o dia 29 de março mesmo sem ter registro de caso de coronavírus. É a primeira universidade do país a interromper as aulas por causa do vírus.
Nessa quinta feira, o estado de São Paulo tinha 46 casos confirmados. O centro de contigencia do coronavirus informou que o país já registra casos da doença em pessoas sem qualquer relação com o exterior, o que demonstra que o Covid-19 começa a circular de forma sustentável pelo país.
Na coletiva foi anunciado que o estado de São Paulo vai precisar de mil e 400 leitos de utis para atender pacientes em estado grave. Mesmo que apenas 1% da população no estado contraia a doença, e que só uma pequena parte dessas pessoas vá precisar de tratamento intensivo.
Nessa sexta feira (13), o secretário de saúde do estado José Henrique German vai se reunir com o ministro da saúde, Henique Mandetta para discutir o custeio dos leitos extras.
Em um áudio de whatsaap o cardiologista Fábio Jatene, do Instituto do coração mostra que o Comite de Contingênciamento trabalha também com cenários mais pessimistas, com até 10% da população contraindo o vírus. Nesse caso seriam necessários 10 mil leitos de UTI.
O áudio foi confirmado por David Uip, mas o cenário pessimista foi descartado pelo infectologista.
Durante a coletiva também foi anunciada a compra de 20 mil testes diagnósticos para o coronavirus. Mas eles vão ser usados apenas em casos graves, nos serviços de sentinela para controle epidemiológico do vírus e em pesquisas.