Autópsia em mortos com coronavírus vão usar técnica menos invasiva
As confirmações de morte pelo novo coronavírus utilizaram uma nova técnica, menos invasiva, desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). Para o procedimento, é feita uma pequena incisão da pele que permite acessar os órgãos e tecidos internos visualizados com dispositivos de imagem. A intenção é proteger os profissionais de saúde, possibilitando o mínimo contato com os corpos para evitar o contágio.
O protocolo deverá ser implementado no Hospital das Clínicas, vinculado a FM-USP, que assim como os outros hospitais que atenderem os doentes, devem ser responsáveis por confirmar as mortes causadas pelo vírus. As análises permitirão ainda a coleta e o armazenamento de amostras que permitirão mais estudos e melhor compreensão da ação da doença.
A técnica usa um equipamento portátil de ultrassom do tamanho de um tablet. A ferramenta, usada pelo exército norte-americano para confirmar mortes por febre amarela em zonas de conflito, foi adquirido com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Com ele, é possível visualizar os órgãos internos e coletar amostras de tecido para análise.
Os protocolos foram usados pela primeira vez no Brasil em 2018, durante o surto de febre amarela. Na época, foram feitas 60 autópsias usando a técnica.