Confirmada 4ª morte de indígena por coronavírus
A Funai confirmou a quarta morte em terras indígenas. Trata-se do cacique da Aldeia São Benedito, na terra indígena Andirá Maraú em Maués, no Amazonas. O tuxuaua Otávio dos Santos tinha 67 anos e havia testado positivo para o novo coronavírus em teste rápido. A informação foi dada pelo Ministério da Saúde, que aguarda a contraprova através de teste laboratorial.
O líder indígena estava hospitalizado desde o dia 13 de abril, após ter os primeiros sintomas detectados pela equipe multidisciplinar de Saúde Indígena do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Parintins, que removeu o indígena imediatamente para o hospital.
As mortes já confirmadas pelo Ministério da Sáude são de um homem da etnia Tikuna, de 78 anos, uma mulher da etnia Kokama, de 44 anos, da região do Alto Solimões. A primeira vítima foi um menino Yanomami, de 12 anos, que morreu em Roraima.
Em vídeo publicado hoje o presidente da Funai, Marcelo Xavier, falou sobre o alerta da doença entre indígenas.
“A Funai está tomando as medidas urgentes necessárias para que os indígenas estejam protegidos”.
A Funai recebeu R$ 10,8 milhões para ações de combate à Covid-19. Parte do recurso vem sendo utilizado para aquisição emergencial de alimentos e distribuição para as famílias que mais necessitam.
Os indígenas ainda sofrem com a violência. Ari Uru-eu-wau-wau foi assassinado, nesse sábado (18), no município de Jaru, em Rondônia.
De acordo com a APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, ele integrava o grupo de vigilantes e protetores do território do seu povo e estava ameaçado pelos criminosos responsáveis pelas invasões e devastações na região.
Este é o segundo assassinato de lideranças indígenas em menos de 20 dias. Zezico Guajajara, professor e liderança que lutava pela proteçao do território do seu povo foi brutalmente assassinado, no Maranhão, no dia 31 de março.