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Coletivo de mulheres paulistas fará em agosto nova edição de festival

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O movimento ELA – Empoderamento, Liberdade e Arte – iniciou os preparativos para realizar, em agosto, a segunda edição de seu festival, que neste ano será online e, além de dar voz à agenda feminista e espaço para a expressão artística, buscará meios de tornar o evento uma forma de sustento, já que muitas das participantes tiveram perda parcial ou total da renda, em virtude da pandemia de covid-19.
Marcado para os dias 7, 8 e 9 de agosto, o festival reunirá artistas e produtoras culturais de baixa renda moradores da Baixada Santista, sobretudo as que vivem na zona noroeste de Santos.
Com as medidas de distanciamento social, as apresentações das 54 artistas, que abrangem shows, rodas de conversa e workshops, serão transmitidas pela internet. A edição atual foi ampliada, já que, no ano passado, a programação contou com a participação de 35 mulheres. Uma das fontes para o evento estava em negociação com parlamentares, mas acabou sendo inviabilizada com a eclosão da pandemia. A saída encontrada para levantar recursos foi o crowdfunding (financiamento coletivo). 
Com oito anos de trabalho na área de produção cultural, a idealizadora do festival, Mariany Passos, disse à Agência Brasil que, nesse período, percebeu que as portas estão sempre abertas para os homens, mas não tanto para as mulheres.
“A gente não tinha espaço para falar nos locais, era sempre minoria, o que é muito comum acontecer dentro da arte e da cultura, que é ter eventos totalmente protagonizados por homens. A partir disso, começamos a montar nosso movimento”, disse Marianny, que é também conhecida como DJ Nanne Bonny, atividade que exerce há cinco anos.
No começo, a mobilização se deu por meio de festas em locais de grande circulação de pessoas, como a Praça da República, no centro de Santos.
Segundo Mariany, à medida que o grupo conseguiu verbas, a iniciativa foi crescendo e, com isso, passou a ser caracterizada por maior heterogeneidade quanto ao perfil das integrantes.
Marianny destacou que os marcadores sociais de cada uma das participantes são levados em consideração durante a organização do festival. “É infinitamente mais difícil para uma menina que é periférica, que é mãe e não consegue espaço nem dentro da periferia dela, nem fora. Então, comecei a mudar as nossas formas de compor o festival, para ser sempre feito de uma maneira coletiva. Passei a ouvir as urgências de outras mulheres, para agregá-las também”, explicou.

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