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Política: Osasco seria um ônibus lotado e desgovernado?

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Opinião – Quem tem acompanhado os últimos dias da política em Osasco tem notado por mais que se venda a notícia na maioria da imprensa local a ideia de renovação e de um prefeito que gosta de fazer visita programada nos órgãos públicos, ainda assim, o governo simplesmente não decola.

Se perguntarmos para qualquer um da cidade que precise, por exemplo, de um posto de saúde, escola ou proteção contra enchentes irá receber uma resposta um tanto dura, um tanto amarga: “Não tem remédio”, “Não tem material escolar”, “Não tem nada”.

Para alguns da cidade o argumento contra essa amarga constatação de não cumprir as expectativas será dizer o chavão de “O governo nem bem começou, dê uma chance, deixa o homem trabalhar, a renovação vai começar”.

Para outros, a justificativa será botar culpa no antecessor “O prefeito anterior abandonou a cidade”, alguns irão mais além dizendo “A culpa é do PT”. Todos os argumentos são válidos e correspondem diretamente com a verdade -e aqui no caso- em todas as frases a verdade é parcial.

Parcialmente está certo quem aponta a culpa no PT, contudo é preciso reconhecer as grandes melhorias na cidade; e que não houve ação efetiva para mexer nos problemas da saúde e educação, problemas de longa data que afligem Osasco.

Parcialmente está certo quem disse sobre o prefeito anterior, contudo a bem da verdade não foi abandono, foi incapacidade de tomar as rédeas necessárias para cuidar da cidade. E não vale a argumentação de dizer “Dá uma chance, deixa o homem trabalhar”, pois Rogério Lins já foi secretário na Gestão Lapas bem como uma longa ficha de serviços prestados para Osasco como vereador, com conhecimento dos problemas da cidade.

E devemos lembrar que apesar da tão proclamada renovação em sua campanha eleitoral, os respectivos secretários da SEPLAG e Finanças de Lapas continuam em seus lugares como se nada tivesse acontecido; bem como um mar de cargos comissionados da gestão anterior…

O governo começou mal, com uma lenta transição do Governo Lapas para o Governo Lins, interrompida por um escândalo político.

Rogério Lins assumiu depois de um mês de turbulência política, com direito a férias prolongadas em Miami, com uma ação de repercussão nacional e com sua prisão e mais 13 vereadores.

Aliás, sobre seus aliados, a saber, João Paulo Cunha, Celso Giglio, Família Rossi e todos os apoiadores de Lapas que foram para seu lado no segundo turno. Toda essa gama de grupos políticos era se esperar que além de suas disputas dentro do Governo Lins apontassem soluções para os problemas da cidade.

E o resultado até agora é nada.

As ações de maior impacto do Governo Lins não aconteceram. O único momento que parecia acontecer algo importante -a dita “Renovação”- faltou ao encontro. Na semana passada na questão dos transportes a juventude de Osasco protestou para poder ter um transporte público decente e foi para frente da Prefeitura.

Ao final foi chamada uma pequena comissão para uma conversa formal com o prefeito Rogério Lins, com uma promessa de uma próxima reunião, sem nenhuma proposta efetiva… Entre os seus preferidos momentos de visita aos locais públicos, como ditos anteriormente, o prefeito Rogerio Lins também sugeriu que a dita “Renovação” iria acontecer.

Com grande estardalhaço foi anunciado “o corte de 30% do orçamento” como uma grande marca de sua gestão. A pergunta que fica é de onde irá tirar dinheiro, já que a perspectiva é queda contínua do já encolhido PIB e sem a grande possibilidade de crescimento a curto e médio prazo.

No cenário atual -de economia fraca- o resultado é menos consumo, portanto o município arrecada menos. E com menor arrecadação significa menos dinheiro para o necessário: cuidar da cidade.

E para completar a desgraça, o orçamento de Osasco precisa de valores grandes por causa do porte da cidade, o que foi aprovado na Câmara pelos suplentes de vereadores enquanto a maioria dos deles estava presa prevê uma arrecadação irreal, somente possível em tempos de fartura econômica.

Osasco precisa de uma política voltada para a maioria da população, capaz de mexer e intervir de verdade nos problemas da cidade ao invés de ficar presa a ações débeis de marketing político. Osasco precisa enxergar a realidade sem fantasia e agir para mudar de verdade, sem ser refém de acordos políticos.

Sem uma direção política à altura dos acontecimentos, conforme se encontra a cidade de Osasco, fazendo jus as pautas dos estudantes sobre os transportes, hoje a metáfora mais amarga e adequada é a do ônibus lotado, desgovernado, sem direção, sem freio e em alta velocidade com um muro de concreto armado em sua frente.

 

Via Coluna cidadã 

Por Máximo Amaro – Cidadania e Observação da política local

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