Osasco sofre surto de Dengue sem precedentes
Osasco investiu pesadamente em contratação de agentes para a prevenção pouco antes do surto de dengue nas diversas regiões do país. Infelizmente, o número de casos da doença já é o maior da história deOsasco, levantando uma grande questão: Prevenção aconteceu, mas cadê ações ostensivas como o fumacê?
Para se ter uma ideia de como é se obtém os materiais para realizar ciclos contra o mosquito e a larva, em diversas cidades brasileiras condomínios particulares (incluindo associações de bairro) contratam comumente empresas especializadas ao custo módico de R$1.500 o ciclo (equivalente ao tamanho de um bairro médio). Segundoespecialistas, cerca de cinco ciclos resolvem grande parte do problema em um determinado bairro.
Levando em consideração o espaço total de Osasco, de cerca de 62km², precisaríamos de uma quantidade reduzida de fumacês para cobrir os bairros mais afetados, gastando muitas vezes menos com, por exemplo, custos hospitalares.
Não é necessário ser especialista para entender que o uso de técnicas ostensivas para combate ao Aedes é fundamental.
E, por qual razão ainda não vemos fumacês nas ruas de Osasco?
-Para essa questão, ainda estamos apurando.
Entenda o Caso – Perguntas e respostas;
Como isso aconteceu?
A estratégia mais barata para contornar a Dengue é a conscientização, bastante eficiente em locais onde a maior incidência de focos (acima de 80%) é em propriedades privadas. No entanto, é absolutamente ineficiente em locais onde a maior incidência ocorre em áreas públicas (quando a porcentagem é superior a 20% nesses locais).
A Prefeitura de Osasco, assim como diversos municípios, adotou a estratégia de ‘prevenção’ como a única indicada, ignorando as características distintas de cada bairro; Essa linha de atuação não foi suficiente para locais onde a maior incidência de infestação acontece em terrenos baldios, galpões abandonados, linhas férreas, largos de rios, acumulos em vegetação nativa, praças e parques (como, por exemplo, o bairro de Presidente Altino).
Nenhum carro pulverizador ou larvicida foi utilizado nem mesmo nos bairros onde, de forma óbvia, poderia sofrer com os transtornos; A política adotada pela Prefeitura do Município de Osasco foi equivocada, limitando-se à prevenção e não atuando ostensivamente.
O barato sai caro;
O Ministério da Saúde adotou um tom enfático sobre a atuação de algumas prefeituras (incluindo Osasco) que decidiram economizar com larvicidas, caminhões pulverizadores e pessoal ostensivo. Segundo o Ministério, cerca de 100 milhões de reais deverão ser destinados de forma emergencial para diversas regiões do país para auxiliar no tratamento das vítimas e contenção do surto. Assim como Osasco, diversos outros municípios incorreram no mesmo erro.