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Modelos partidários em crise

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Desorganização, pequena política, apatia, apelo religioso, incapacidade de mobilização, distanciamento das bases (internas e externas), diálogo casual com movimentos sociais; qual o resultado da somatização permanente desses erros nos partidos progressistas perante a sociedade brasileira?

A classe média e a classe média fiduciária parecem reagir de forma conservadora por não ter recebido relevante lastro ideológico que justificasse ou sinalizasse a importância dos avanços sociais recentes.

Esquecemo-nos de como o processo de difusão de ideologias é também um ato de venda; E esse 'produto' precisa ser claro, bonito, bem feito. Aplicamos uma lógica hard onde funciona melhor o soft.

Essa grande fatia da população não consegue explicar de fato a origem de sua insatisfação embora reconheça a melhora em qualidade de vida. Além disso, evidentemente não se sente representada pelos partidos e sequer por movimentos sociais legítimos.

A cronicidade dos erros citados são tão claras que uma solução já deveria estar em curso; mas não parece estar. Embebidos em pautas globais, subverte-se a ordem natural e segue para as searas que as tornam glocais; daí se pode observar o distanciamento da classe média. É também daí que se culpa uma presidenta por falta de asfalto, trânsito. 

Se majoritariamente essas falhas são estruturais, advindas de uma leitura perniciosa de quase cinco séculos, sequer uma profunda e legítima reforma política poderia sanar os problemas.

Pela mídia tradicional, permanentemente ligada ao açoite do trabalhador, deveríamos continuar a tratá-la como um vilão caçado; mas a prática atual nas administrações locais e nacionais parecem ser de alimentá-la para um dia tentar satisfazê-la. Isso é soft, onde funciona melhor o hard.

Nos planos de governo temos o ideal, na execução temos a barreira de uma lógica de alianças que não parece possuir mais fôlego para prosseguir nos mesmos moldes. Isso vale para, digamos, todos os partidos.

Nessa carruagem algumas coisas são certas; fortalecemos a cada dia a direita, perdemos a cada dia imersão social, eliminamos o lastro entre a proposta, execução.

Por enquanto, um debate que parece a portas fechadas.

 

 

Por Gabriel Martiniano

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Gabriel Martiniano

Jornalista profissional, fundador da Ticketbras e cidadão de Osasco

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