Opinião – Bairros de toda a cidade de Osasco estão sofrendo -ainda mais- com a falta d’água desde o dia 5 de outubro. A data coincide com a reeleição, em primeiro turno, do Governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Não é necessário consultar um especialista em recursos hídricos para entender a administração da crise da água; focada em impedir ao máximo os danos eventuais que poderiam causar à candidatura do atual Governador. Levou-se em consideração a disputa política eleitoral e, infelizmente, em segundo plano, o racionamento necessário.
Alckmin garantiu para a população por diversas vezes não existir necessidade do racionamento nas cidades administradas pela Sabesp, entre elas, Osasco. O fato é que, desde Julho deste ano, grande parte das residências da região Oeste de São Paulo ficaram sem água após a meia-noite, voltando exatamente quatro horas depois.
Essa medida, apontada pela Sabesp (empresa de capital aberto e que visa dividendos) como uma despressurização inteligente, eliminando as perdas do sistema sucateado e com cerca de 30% de perdas (inédito em cidades tão grandes quanto SP) é, na verdade, um racionamento prévio.
As eleições no Estado de SP para Governador já passaram e a despressurização atingiu novos níveis. Primeiro, falta água em períodos inteiros do dia. Ou toda a manhã, toda tarde, noite. Segundo pois, o governo já assume a gravidade em tom mais adequado.
Novamente, não parece ser necessário um especialista em recursos hídricos para entender que trata-se de um racionamento disfarçado, afinal ainda existem as eleições para a presidência do Brasil.
A maior preocupação da cúpula tucana -do candidato Aécio Neves- é que a crise da água possa diminuir seus votos no estado mais populoso da nação. E o que será da região metropolitana se a vazão de água continuar minguando e os reservatórios baixarem mais?
Osasco já pode responder essa pergunta em períodos do dia.
Gabriel Martiniano