Opinião – O Fla-Flu da política brasileira atingiu seu momento de maior rivalidade.
A forte redução da atividade econômica no Brasil foi –em grande parte- reforçada pela escalada da instabilidade política e pela inanição do Estado diante da relutância do Congresso Nacional em votar matérias vitais para a própria economia.
A irresponsabilidade de uma oposição servil aos interesses de blocos, somada à incapacidade do Governo Dilma em reforçar suas bases populares, levou o país a uma hecatombe política, econômica e de convulsão social (a ser vista nos próximos episódios).
Os juros não foram reduzidos e a necessidade de pagar para os rentistas fortunas cada vez maiores pioram o cenário já ruim. Nenhuma mudança séria será feita por este governo. A população sabe disso e a escalada do impeachment é apresentada por parte da nossa sociedade como a solução ideal e definitiva para a retomada do crescimento.
Nem tudo são flores – Não faz sentido acreditar que uma solução única resolveria tantos problemas somados. Primeiro, o processo de remoção da presidente não é rápido, nem simples, nem comum. Paralisa a tudo e a todos. A possibilidade de que Temer –ou mesmo Cunha- assumam a presidência deveria ser contemplada como um pesadelo, afinal, para melhorar temos que piorar? Qual justificativa para assumir tais riscos?
Insuflar as ruas para manifestações levarão a mortes e desespero, fecharão mais portas –além das que se fecharam. Uma década perdida por termos uma oposição irresponsável, um judiciário pendente e um governo fraco. Não deveríamos torcer pelo impeachment sem antes considerar todos os seus efeitos colaterais.
Gabriel Martiniano