Lista da Odebrecht é estouro de barragem
Opinião – Não foi um vazamento; foi um rompimento de adutora.
A adutora que abastece, e todo mundo sabe disso, todas as campanhas política no Brasil que, contra a vontade da mídia, de Gilmar Mendes, de Eduardo Cunha, do PSDB e de tanta gente “boa”, adiou o quanto pôde o financiamento público das eleições.
Fernando Rodrigues divulgou o “listão” de supostas ajudas da Odebrecht a políticos.
De todos – repito – TODOS os partidos.
Aécio Neves, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Jaques Wagner, Romero Jucá, Humberto Costa, Eduardo Paes, José Sarney e Eduardo Campos, morto em 2014, entre centenas de outros. Centenas mesmo, mais de 200.
Não está claro na matéria o que foi legal e o que foi “caixa dois”, que nenhuma campanha política de algum porte deixa de ter.
É m… no ventilador para ninguém botar defeito, mas uma coisa salta aos olhos.
O nome de Lula não aparece uma só vez no listão, que está em poder da Lava Jato desde 22 de fevereiro.
E o documento, em tese, teria sido divulgado ontem, quando não haveria restrição partida da decisão do STF, tomada já tarde da noite por Teori Zavascki.
Eu ainda mantenho um “pé atrás”. Não é lógico que uma planilha assim vá ver guardada durante oito meses de prisão do presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, sem ter sido picado, incinerado e desaparecido.
Alguns arquivos publicados por Fernando Rodrigues estão indisponíveis, surgindo em seu lugar uma indicação de página em manutenção, como reproduzo abaixo. Outros são estranhos, contendo textos estranhos ao caso, como a reprodução da famosa avaliação do ex-secretário de comunicação do Planalto, Tomas Trauttman, sobre o cenário eleitoral, que foi amplamente publicada e não revela, por isso, absolutamente nada.
Coisas estranhas, muito estranhas.
Mesmo num país em que não se estranha mais nada.
Publicado em Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim