Editorial – Os chamados Offices Premium, escritórios classe A e AA, foram o baluarte do crescimento econômico em Osasco e Alphaville nos últimos 5 anos. Formados por empreendimentos de grande porte, a oferta de m² de áreas comerciais saltou quase 400.000m² por ano na capital, Osasco e Barueri, desde 2010.
Mas a retração econômica –somada à grandiosa oferta de novos espaços- deixaram espigões vazios ou com grande taxa de vacância. Em Osasco, temos atualmente cerca de 20 novas torres nesse padrão, incluindo salas comerciais de pequeno porte.
O grande número de imóveis não locados aponta que as construtoras estão diminuindo o ritmo -segundo as principais incorporadoras- e em sondagem aos novos empreendimentos temos algo em torno de 40% menos lançamentos em comparação com 2014.
Osasco assegurou grande parte do aumento do PIB –registrado entre 2009 e 2013- justamente na instalação de Offices Premium e toda demanda por mão de obra, geração de empregos, investimentos diretos e a comercialização dos mesmos.
Muitos investidores compraram tais áreas para sublocar, apostando que o mercado absorveria a oferta. Isso não se concretizou.
Alguns desses investidores, ao perceberem que seus imóveis não seriam alugados em curto espaço de tempo, decidiram pela venda. Com a crise econômica, poucos conseguiram compradores, forçando os preços para baixo.
Embora as construtoras tenham excelente margem de lucro em cada unidade, essa forçada brusca e ainda permanente de baixa nos preços fez com que se tivesse imóveis já prontos com preços semelhantes aos ainda na planta, reduzindo os negócios tanto para os investidores arrependidos, quanto para as construtoras.
Um dos possíveis efeitos dessa grande retração na demanda são os ‘espigões vazios’, um problema social grave e facilmente visível nas regiões do Tatuapé, Pinheiros e Berrini, mas também notados nos lançamentos recentes de Osasco e Alphaville.
A crise econômica ameaça também os novos lançamentos dos hotéis e quartos sublocados (só neste último, teremos uma oferta 120% maior em Osasco em 2017 em comparação com 2015).
O investidor permanece cauteloso, evitando a compra –mesmo numa aparente baixa- pois a demanda parece estar muito aquém da oferta. E, caindo.
Gabriel Martiniano Editor-chefe PlanetaOsasco.com