Afinal. A Justiça Poética faz justiça em algum lugar?
Ou é só fruto da literatura?
Opinião: Professor MARCO AURÉLIO
Seria a Justiça Poética um caminho escolhido pelos brasileiros nas eleições de 2018?
Se sim, é porque o candidato vencedor passou de vingança para recompensa, punindo o vício, que metade acha que é vício. Outra metade acha que não.
Se não, é porque o candidato vencedor, num artifício literário, embora visto por alguns como virtude, na verdade é um vício a ser punido. Pobre Brasil, que terá que sobreviver a tudo isso, que é o verdadeiro punido.
As novelas da Globo e da Record trabalham com o conceito de Justiça Poética. Onde sempre as virtudes de seus personagens são premiadas pelo perdão. Enquanto que aqueles, condenados pelos valores difundidos pelas tevês, são sempre punidos ao final dos folhetins.
Conversando com amigos e colegas de trabalho, conclui que nós – brasileiros – seguidores da inclusão econômica e social, da diversidade, da cidadania, das políticas de gênero e das cotas, fomos vistos como a mal a ser combatido pelos devotos da Justiça Poética. Justiça Poética que premiou os machistas, os anti-cotas, anti-gênero, anti-cidadania e fundamentalmente os anti-povo
Conclui que o brasileiro do século XXI foi vencido temporariamente pelo brasileiro dos anos 1950. Pasmem, segundo IBOPE e DATA FOLHA, os jovens olham para frente e os mais velhos tem saudade do passado, da Ditadura Militar. Estranho, muito estranho.
Meu texto se propõe a pensar sobre esse drama. Que envolve o pobre, a Amazônia, os nativos chamados pelos militares de silvícolas, as famílias que já não são apenas de pai e mãe, os saudosos do autoritarismo e aqueles que lutam por um Brasil mais igual. Enfim, o povo brasileiro e não o mercado brasileiro, que- de verdade- nunca foi brasileiro. É só a gente ver o filme Carlota Joaquina de Carla Camurati.
Em Osasco, não há muita diferença. Candidatos mudam de time, achando que serão escolhidos pela premiação da Justiça Poética. Executivo espalha faixas pela cidade, se agarrando no candidato a governador que perdeu. Muita gente, se xinga no face e em outras redes sociais, em nome da pretensa virtude da Justiça Poética. E cobram dos “vermelhos” subserviência aos poderosos. Ai meu Deus!!!
Marco Aurélio Rodrigues Freitas é Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor nas redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve suas crônicas todas as semanas no Planeta Osasco.