Citronela e óleo de cravo afastam mosquito da dengue? Veja repelentes que são eficazes
Em meio ao aumento de casos de dengue no país, os repelentes foram desaparecendo das prateleiras das farmácias devido à alta procura. Ao mesmo tempo, diferentes produtos naturais à base de plantas, ou mesmo equipamentos com luz ou vibrações, têm sido difundidos com a promessa de afastar o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Mas será que eles funcionam?
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Para uma proteção eficaz, é importante ter atenção ao uso correto dos repelentes e utilizar somente aqueles recomendados e aprovados pelo Ministério da Saúde. Vale ressaltar que a utilização de repelentes não substitui a vacinação ou a eliminação de criadouros do mosquito, medidas essenciais para o controle da doença.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem duas categorias de repelentes: para aplicação na pele (cosméticos) ou para uso no ambiente (saneantes). Não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com eficiência comprovada para repelir o mosquito.
Os inseticidas feitos com citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem estudos de comprovação de eficácia. Por isso, velas, aromatizantes de ambientes e incensos não são aprovados pela Anvisa.
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Os repelentes indicados pela agência reguladora são aqueles que possuem uma das três substâncias abaixo. Todas são seguras para adultos, idosos e gestantes, desde que usadas de acordo com as instruções do fabricante. Existem, no entanto, algumas restrições para o uso pediátrico:
- DEET – não aprovado para crianças menores de 2 anos. Entre os 2 e 7 anos, é permitido desde que a concentração seja menor que 10%, com duas aplicações diárias. A partir dos 7 anos, pode ser aplicado três vezes ao dia. Duração de 4 a 6 horas.
- Icaridina – uso permitido em crianças a partir de 2 anos, em concentração de 25%, com duas aplicações diárias. Duração de 8 a 10 horas.
- IR 3535 – permitido para crianças a partir de 6 meses na concentração de 30%. Até os 2 anos, aplicar uma vez ao dia; entre 2 e 7 anos, duas vezes; e acima de 7 anos, até três vezes por dia. Duração de até 4 horas.
Cuidados no uso de repelentes cosméticos
De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, algumas medidas de segurança são necessárias na hora de aplicar os produtos:
- Aplique somente nas áreas expostas do corpo;
- Reaplique o repelente de acordo com a recomendação de cada fabricante;
- Para usar spray no rosto ou em crianças, aplique primeiro na mão e espalhe no corpo;
- Não aplique nas mãos das crianças. Elas podem levar o produto à boca;
- Não esqueça de lavar as mãos com água e sabão após a aplicação;
- Em caso de contato com os olhos, lave-os imediatamente com água corrente;
- Não aplique mais de três vezes ao dia, pois pode causar intoxicação;
- Não durma com repelente. Tome um banho para remover o produto antes de dormir;
- Em caso de suspeita de reação adversa ou intoxicação, lave a área exposta e procure atendimento médico. Se possível, leve a embalagem do repelente.
Também é importante saber a ordem correta da aplicação de produtos na pele. Para garantir a proteção adequada contra os mosquitos, o ideal é passar primeiro o protetor solar ou hidratante, deixar secar e esperar 15 minutos para passar o repelente. Ele deve ser sempre o último produto a ser aplicado.
Produtos para o ambiente
Existem dois tipos de produtos para aplicação no ambiente: inseticidas e repelentes. Os inseticidas são indicados para matar mosquitos adultos e são encontrados principalmente em spray ou aerossol. Já os repelentes apenas afastam os insetos, mas não matam.
Os repelentes são encontrados em espirais, líquidos e pastilhas e costumam ser aplicados por meio de aparelhos elétricos. Eles devem ser colocados a uma distância mínima de dois metros das pessoas, perto de portas e janelas. Além disso, não devem ser usados em locais com pouca ventilação e nem perto de pessoas com asma ou alergias respiratórias.
A Anvisa destaca, ainda, que equipamentos que emitem vibrações, gás carbônico ou luz, que supostamente funcionariam como armadilhas para mosquitos, não são passíveis de regulação pela agência.
Confira aqui a lista completa de repelentes aprovados pela Anvisa
Roupas, mosquiteiros e outros cuidados
Além do uso de repelentes, a Sociedade Brasileira de Dermatologia destaca outras medidas que podem ajudar a prevenir picadas de mosquitos:
- Não use hidratantes e cosméticos com perfumes, pois eles atraem o mosquito;
- Prefira roupas claras de manga longa e calça comprida. Evite roupas escuras e muito justas que facilitem a picada;
- Quando possível, utilize ar condicionado e ventilador;
- Instale mosquiteiros e telas nas janelas e portas;
- Coloque mosquiteiros em berços e camas. É permitida a aplicação de repelentes em spray sobre o mosquiteiro para aumentar sua eficácia.
Conteúdo Oficial – Gov SP