Raiva: não capture nem maltrate morcegos, adverte a Secretaria de Saúde
Muitas pessoas têm medo de morcegos, seja por sua aparência, seja por desconhecerem que esses mamíferos são extremamente úteis ao homem e à natureza, devendo ser protegidos e preservados.
No mundo existem cerca de 1.300 espécies entre frugívoros (que se alimentam de frutos); nectarívoros (com alimentação composta de néctar e pólen das flores); insetívoros (que comem insetos); carnívoros (que se alimentam de pequenos vertebrados); e hematófagos (que sugam sangue). No Brasil são cerca de mais de 180 espécies diferentes e, dentre todas elas, somente três se alimentam de sangue de animais, como o gado, cavalos, porcos e aves. Eventual e até raramente podem alimentar-se de sangue humano.
Os morcegos são encontrados em áreas silvestres, onde se abrigam em copas de árvores e cavernas. Nas cidades formam colônias principalmente em edificações desocupadas, forros, porões e sótãos de residências. Sua importância é maior do que podemos imaginar. Em ecossistemas naturais, os frugívoros e nectarívoros promovem a polinização das flores e a dispersão de sementes de diversas plantas. Já os insetívoros auxiliam no controle das populações de alguns insetos noturnos. Um único morcego pode comer até uma vez e meia o seu próprio peso e, algumas espécies existentes no Brasil, podem comer até 500 insetos por hora.
Nunca capture os morcegos
Infelizmente os morcegos de todas as espécies, assim como os seres humanos, podem ser acometidos pela raiva. O vírus da doença causa graves danos neurológicos e é quase sempre fatal – quem não morre, permanece com graves sequelas. Não há tratamento para animais. É preciso deixar claro que os morcegos não costumam “atacar” as pessoas ou outros animais, porém eles podem morder quando perturbados ou indevidamente manipulados. Caso infectados, eles são capazes de transmitir a raiva através de mordidas ou arranhões, assim como também quando há contato de mucosas (olho, boca, nariz) ou ferimentos com a saliva dos animais doentes.
Além do risco de transmissão da raiva, o acúmulo de fezes de morcegos pode propiciar o crescimento do fungo Histoplasma capsulatum, causando àqueles que inalarem os esporos do fungo contido nas fezes uma doença respiratória chamada histoplasmose (inflamação que começa no pulmão e se espalha para outros órgãos).
Para se prevenir dessas doenças, a Secretaria de Saúde de Barueri adverte: nunca toque, manipule ou tente capturar qualquer morcego, vivo ou morto. Ao encontrar um morcego caído no chão, é preciso isolar o local, cobrir o animal com uma caixa de papelão ou balde e entrar em contato com o Departamento Técnico de Controle de Zoonoses (DTCZ) de Barueri. Somente profissionais especializados e legalmente autorizados podem capturar morcegos.
É sempre bom saber que esses animais são silvestres, pertencentes à fauna brasileira e protegidos por lei (Lei Federal 9.605/98). Qualquer forma de agressão ou de eliminação desses animais pode configurar crime ambiental. Para mais informações ou para relatar a presença de um ou mais morcegos, ligue para o DTCZ nos números (11) 4198-5679/ 4198-0424 ou para a Guarda Civil Ambiental, no 4199-1400.
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