Governo Federal diz que não há edital para venda do Palácio Capanema
O Palácio Capanema, marco da arquitetura moderna no Rio de Janeiro, que atualmente havia sido citado por diferentes jornais como parte de uma lista de imóveis que o governo federal pretendia oferecer a investidores, não tem nenhum edital aberto para sua venda e nem de nenhum outro edifício tombado.
A informação foi confirmada pelo Ministério da Economia. Mas a pasta também afirma que, desde junho do ano passado, entrou em vigor uma lei que permite que qualquer imóvel público federal está apto a receber uma proposta de compra.
Nos últimos dias, artistas e entidades da sociedade civil começaram a levantar preocupações em torno do futuro do Palácio Capanema e nesta sexta-feira fizeram um protesto em frente ao local. As articulações estão sendo feitas pelo grupo Ocupa Minc, que nasceu na ocupação do Palácio Capanema realizada em 2016 contra a decisão do então presidente Michel Temer de extinguir o Ministério da Cultura.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se reuniu na quinta-feira com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para tratar do tema e se manifestar contra a venda do imóvel. Em nota, o governo fluminense afirmou que o ministro se comprometeu em levar sua posição ao Ministério da Economia.
O Palácio Capanema, nomeado formalmente de Edifício Gustavo Capanema, foi inaugurado em 1945 e tombado pelo Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1948. Projetado por Lúcio Costa, contou com a colaboração de Oscar Niemeyer e outros grandes nomes da arquitetura, além da consultoria do francês Le Corbusier. O prédio conta ainda com jardins de Roberto Burle Marx, escultura de Bruno Giorgio e um painel de azulejos de Candido Portinari.
O nome do edifício homenageia Gustavo Capanema, ministro da Educação e da Saúde durante do governo de Getúlio Vargas. Foi ele o principal articulador da obra.