57 ANOS NÃO É POUCO…
Opinião do professor: Marco Aurélio
Dia 19 de fevereiro, terça-feira, Osasco faz 57 anos de vida como município. Li no jornal Giro que atualmente Osasco é o 6º PIB do Brasil e a 22ª cidade escolhida para lazer e negócios. Não vi em nenhuma linha das páginas 8 e 9 algo que falasse em trabalho, inclusão e combate à desigualdade. A não ser uma frase inserida na matéria, do ex-prefeito Emídio de Sousa, “Aproveito a data e reitero minha disposição de trabalhar para que Osasco volte a crescer e se torne cada vez mais justa e inclusiva. Parabéns Osasco”.
Em outras declarações, do atual prefeito e de uma deputada federal, fala-se muito em desenvolvimento. Como se falava na época da Ditadura Militar. Como se o desenvolvimento, por si, resolvesse todos os nossos problemas de desigualdade há séculos. Lembro-me de uma declaração de Delfim Neto, na extinta revista Realidade, época do general Médici, “enquanto a economia vai bem, o povo vai mal”.
Para o IBGE, Osasco ocupa a posição 38 entra 645 municípios, em termos de média salarial mensal, cerca de 3,2 salários mínimos. Isso entre os trabalhadores formais. “Esqueçam” os trabalhadores informais. Com relação ao percentual de pessoas ocupadas, 25,6% da população é considerada ocupada dentro dos quase 700 mil habitantes da nossa cidade, também formais.. Em São Paulo, essa taxa ocupação representa a posição 212 e no Brasil a posição 115. O PIB de Osasco é o 6º do Brasil, mas o IDH da cidade é o 168º no país. O que reforça a frase de Delfim Neto. Quase todos esses dados são de 2016.
Com apenas 65 km2 de território e mais de 10 mil pessoas por km2, temos uma frota de 450 veículos. Todo mundo quer ter seu carro. Seja no centro ou na periferia. Falar apenas em mobilidade urbana é tapar o sol com uma grande peneira Precisamos investir em transporte público, moradia, esgoto, preservação ambiental, distribuição de renda, saúde e educação. Não basta apenas dizer que o IDEB melhorou. Osasco tem, se não me engano, 52 escolas públicas estaduais, todas muito mal cuidadas, com professores muito mal remunerados e alunos desmotivados.
A cidade precisa olhar com carinho para esses adolescentes, afinal todos vivem aqui. Se a Prefeitura for capaz de atacar todos esses problemas neste final de governo, só posso dizer: PARABÉNS OSASCO, PELOS SEUS 57 ANOS DE VIDA… ESPERO, SINCERAMENTE, COM MAIS JUSTIÇA E INCLUSÃO.
Marco Aurélio Rodrigues Freitas é Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve suas crônicas todas as semanas no Planeta Osasco.
