Evento reúne pais e “filhos” em comemoração dos 3 anos do programa Família Acolhedora
Texto: Marco Borba
Imagens: Marcelo Deck
Dezenas de famílias participaram segunda-feira, 07/11, da cerimônia de comemoração dos três anos de implantação do programa Família Acolhedora – Canguru, comandado pela Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Osasco.
O evento aconteceu no Buffet Platinum, Vila Campesina, e contou com as presenças de José Carlos Vido, secretário da Pasta, Fábio Grossi (Meio Ambiente), Pedro Sotero (Habitação), as vereadoras Elsa Oliveira, Juliana Ativoz, e Márcia Favorin, supervisora técnica do programa, que visa, entre outras ações, o atendimento de crianças e adolescentes que por alguma razão de quebra de vínculo precisaram ser afastadas judicialmente de suas famílias.
Desde a criação, em 2019, o programa já formou 35 famílias. No momento são 26 famílias acolhendo 21 crianças/adolescentes de zero a 18 anos.
Elizangela Alves e o esposo Ney estão no programa desde o início e caminham para o nono acolhimento. O mais recente é o da pequenina M., de apenas seis meses, que está com o casal há um mês e meio. “É uma gratidão muito grande. A gente se sente realizado por poder contribuir com algo de bom para a formação deles como cidadãos”, disse Elizangela.
Já o casal Denise Sanches e Renato entrou no programa em julho deste ano e, desde setembro, acolhe os irmãos R., 3 anos, e G., 6 anos. Eles têm apenas um filho, o também pequenino P., 4 anos.
No espaço kids do buffet deu para perceber que o trio já está bastante entrosado. Onde um vai os outros dois seguem atrás. “É assim o tempo todo. São muito companheiros. Eu e meu marido já fazíamos um trabalho social em algumas comunidades aqui mesmo de Osasco e, assim que soubemos do programa, fomos buscar informações e decidimos participar. Vimos que era uma oportunidade de fazer algo para ajudar a mudar essa realidade (de crianças e adolescentes que tiveram de ser separados dos pais biológicos). Aí decidimos abraçar essa causa”, comentou Denise.
As crianças/adolescentes permanecem acolhidos na casa de famílias voluntárias pelo tempo que for necessário, até que a Vara da Infância e Juventude decida o desfecho do acolhimento.
As famílias têm apenas a guarda provisória das crianças e, em caso de viagem com as mesmas, precisam solicitar autorização judicial. Os acolhedores recebem mensalmente uma ajuda de custo de cerca de R$ 1.300 para cuidar das crianças 24 horas por dia, inclusive finais de semana e feriados.
Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a medida protetiva de acolhimento não deve ultrapassar um ano e meio. No entanto, observa-se que o acolhimento de bebês e crianças costuma durar poucos meses, enquanto o acolhimento de adolescentes pode se estender até completarem a maioridade.
Programa
As famílias acolhedoras passam por avaliação criteriosa para que se defina se reúnem as condições necessárias para que sejam aceitas no programa. Todo o processo de seleção e qualificação dura cerca de dois meses, tempo em que as famílias passam por entrevistas e verificações do histórico familiar, inclusive antecedentes criminais.
A pessoa interessada em participar não precisa ser casada. No entanto, é necessário que tenha uma rede de apoio familiar, como pais ou irmãos. O interessado não pode estar inscrito em programas de adoção.
Durante todo o acolhimento, assistentes sociais fazem o acompanhamento periódico da rotina da criança/adolescente. Também são realizados encontros mensais entre as famílias acolhedoras, para compartilharem como vem sendo essa experiência.
Uma psicóloga e uma assistente social fazem visitas regulares às casas das famílias acolhedoras. As crianças também são ouvidas rotineiramente (sem a presença da família) para que se saiba como estão sendo tratadas no lar temporário.
Os pais biológicos só podem visitar os filhos na sede do serviço mediante agendamento prévio, desde que não haja restrição judicial, resguardado o sigilo sobre a residência das famílias acolhedoras.
Serviço
Para aderir ao programa é preciso atender a alguns requisitos: morar em Osasco, ter mais de 25 anos, não ter interesse em adoção, estar em boas condições de saúde física e mental, ter uma rede de apoio familiar e disponibilidade para participar do processo de habilitação e das atividades do serviço, entre outros. Outras informações pelo telefone (11) 99689-6568 ou 2183-6723.
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