Moção Condena Trabalho Escravo em Vinícolas do Rio Grande do Sul
Por Charles Nisz. Fotos: Ricardo Migliorini.
Durante a 9ª Sessão Ordinária de 2023, realizada na manhã desta quinta-feira (9), foi aprovada uma Moção em repúdio ao trabalho em condições análogas à escravidão pelas vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton. O caso foi revelado esta semana pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Apresentada pela vereadora Juliana da Ativoz (PSOL), a moção criticou a postura dessas empresas. “Ainda encontramos em nosso país esse tipo de trabalho degradante. O resultado disso está na nossa mesa todo dia”, disse a parlamentar do PSOL.
“Foram 207 pessoas resgatadas pelo MPT, sendo 180 dessas pessoas negras e 90% baianas. Segundo os auditores do trabalho, essas pessoas eram submetidas a jornadas de trabalho de 14 horas, além de castigos físicos e recebimento de comida azeda”, complementou Juliana.
De acordo com a vereadora, as empresas justificaram essa postura de forma absurda, pois “os trabalhadores estariam acomodados com o Bolsa-Família”. “Boicotar os produtos é importante, mas precisamos ir além disso. Tirar terras e propriedades de quem faz trabalho escravo”, finalizou Juliana.
Emerson Osasco (Rede) lamentou que “em 2023, ainda exista esse tipo de situação em nosso país. Empresas lucram com suor, sangue e trabalho de pessoas negras e pobres. Torturavam, encarceravam e ameaçavam pessoas em condições de trabalho degradante”.
Carmônio Bastos (Podemos), presidente da Câmara Municipal, lamentou a postura xenofóbica do vereador gaúcho de Caxias do Sul, que defendeu as empresas, chamando nordestinos de preguiçosos. “Baianos são trabalhadores, gostamos de Carnaval e de vinho também”, disse o presidente da Casa.
MULTIMÍDIA »» FOTOS | VÍDEO
Conteúdo oficial