Opinião do professor Marco Aurélio.
Domingo que vem a cidade de Osasco faz aniversário, completa 55 anos de vida. De bairro esquecido da capital nos anos de 1950 a cidade com a segunda força econômica do estado em 2016, Osasco ainda convive com uma pobreza inaceitável, mais de 38% da sua população é considerada pobre para o IBGE.
A equipe de jornalistas do Planeta mostrou que mais uma promessa do Prefeito atual fica só apenas no nível das promessas, transformar em Hospital a obra do futuro Paço Municipal, pensada no governo Emidio e iniciada no governo Lapas. Como mostrou o Planeta, a promessa não pode virar hospital, por várias razões:
- O projeto é uma Parceria Público-Privada e a obra tem características administrativas e não hospitalares; além disso, muda-la exige pagar uma multa de 670 milhões de reais (quase o orçamento anual da nossa saúde municipal).
- A obra está embargada, por uma ação judicial do PSDB de Osasco, que hoje, faz parte do governo, justamente cuidando da Secretaria da Saúde.
- O orçamento do município vem caindo desde 2015, por causa da recessão nacional. Assim, não sobra dinheiro para pagar dívida e mudar todo o perfil da obra.
- Por fim, a cidade precisa de um novo Paço, pelo seu tamanho e pela sua importância econômica. A sede atual, adaptada nos anos 80, era uma fábrica. Não comporta mais as exigências que a cidade espera.
O que a população espera para o futuro da cidade.
As pessoas que se manifestaram no Planeta, em função da matéria que escrevi em 28 de janeiro, querem responsabilidade nos gastos públicos, participação política nas decisões, melhores salários para os professores, uma cidade mais iluminada e segura, mais saúde, mais educação e melhor mobilidade urbana.
Isso, é o que o povo espera e reclama – com razão – nas redes sociais. Enquanto isso, tem muito político que não consegue ouvir direito a voz das ruas e espalha outdoors na periferia da cidade (Graças a Deus a Lei Cidade Limpa de Osasco regularizou a publicidade em nossa cidade), achando que a divulgação de sua imagem, usando a palavra orgulho, pode cativar eleitores, quer dizer osasquenses. Acredite…
É verdade que mais da metade da cidade fez uma escolha política, mas pela avaliação do Planeta Osasco já está arrependida, depois de 45 dias de governo, que nunca foi de renovação. Enquanto isso, o único partido que tem moral para se apresentar como oposição, pois tem um legado positivo de combate à pobreza para mostrar, vive uma disputa interna Shakespeariana do Ser ou Não Ser Oposição, em troca das migalhas que o poder municipal sempre ofereceu ao longo da história da cidade, deixando o povo sempre em segundo plano.
Marco Aurélio Rodrigues Freitas é jornalista, historiador e professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve todas as semanas no site Planeta Osasco.