Parlamentares Propõem Implementação de Detectores de Metais nas Escolas Municipais
Por Ana Luisa Rodrigues
A morte da professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, no último dia 27, chocou o país e provocou um debate em relação ao aumento de atentados em escolas, sobre a saúde mental dos alunos e sobre aumento da segurança.
A preocupação com a segurança dos alunos foi um dos principais pontos abordados pelos parlamentares durante a 15ª Sessão Ordinária, realizada no dia 30 de março. Osasco já conta com um sistema de monitoramento das escolas interligado ao COI (Centro de Operações Integradas) e em breve devem ser instalados botões do pânico.
Contudo, os vereadores Carmônio Bastos (Podemos) e Ralfi Silva (Republicanos) estão sugerindo a instalação de detectores de metais nas escolas da rede pública municipal, por meio do Projeto de Lei nº 28/2023.
“Eu e o presidente Carmônio não ficaremos omissos em relação a esta questão e, por isso, estamos pedindo a instalação de detectores de metais como há em Chapecó (SC). Não dá para esperar, é uma medida necessária”, destacou o parlamentar, ao reforçar que à época da obrigatoriedade do uso do cinto de segurança e das cadeirinhas para crianças, também houve polêmica.
A cidade catarinense de Chapecó instalou, neste ano, detectores de metais em cinco escolas da rede municipal. Até o final do ano, mais 12 devem ser instaladas. O projeto surgiu após a chacina na creche em Saudades, com três crianças com menos de 2 anos como vítimas fatais, além de uma professora de educação infantil e uma agente educacional.
Em abril de 2022, o deputado estadual Altair Moraes (Republicanos) apresentou, na Alesp – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o Projeto de Lei 140/2022, que propõe a colocação de portais de detecção de metais nas entradas das escolas da rede pública de ensino do estado. O projeto ainda tramita.
Vereadores Querem Mais Debates
A instalação de detectores de metais não é unanimidade. Alguns vereadores acreditam que é preciso um debate mais amplo.
“A gente precisa buscar alternativas para atrair os jovens. Criamos uma situação difícil e apenas colocar detector de metais não é a solução. Precisamos investir nos jovens: a educação é tudo. Precisamos debater mais esse assunto”, disse Pelé da Cândida (MDB).
Juliana da Ativoz (PSOL) justificou seu posicionamento com uma frase de Darci Ribeiro — antropólogo, historiador, sociólogo, escritor e político brasileiro, falecido em 1997, que afirmava que a educação nunca foi tratada como prioridade.
“A educação precisa ser priorizada. As escolas estão sem psicólogos, mas quando teve, foi somente no papel. A gente sabe quando a criança precisa de atenção diferenciada. A gente não tem de colocar detector de metais; a gente precisa olhar para a criança, para a educação. Não se tratam de problemas individuais. É um problema social”, declarou Juliana.
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